Saúde Mental em tempos de pandemia e o papel do RH

Oioi polvinhos, quanto tempo! Espero que vocês estejam bem.

Hoje vim trazer alguns dados sobre doenças mentais na pandemia e sobre o que as empresas, mais especificamente o RH, têm feito para auxiliar neste momento tão delicado para todos nós.

Dados obtidos pela BBC News Brasil, mostram que 53% dos brasileiros observaram piora em sua saúde mental em 2021. Estes resultados não foram exatamente inesperados, visto que, em 2020, pesquisas apontaram que 41% dos brasileiros já apresentavam sintomas de depressão, ansiedade ou insônia em decorrência da pandemia. Outra pesquisa, mencionada pela Fiocruz, realizada em 2020 com trabalhadores essenciais relata que 47,3% dos entrevistados possuem sintomas de ansiedade e/ou depressão.

Segundo Barros et al. (2020), o surgimento de transtornos mentais durante a pandemia tem sido mencionado em diversos artigos. E destaca-se a preocupação com quem já possuía algum transtorno prévio, pois estariam mais vulneráveis ao adoecimento mental. Apesar disso, os diagnósticos dessas doenças têm se mantido estáveis, demonstrando que não há necessariamente um aumento no número de casos. (BBC News Brasil, 2021).

O isolamento social "não é, por si só, um fator de risco para o adoecimento mental."

(Duarte et al., 2020, p. 3408)

Apesar do contexto atual e do isolamento social serem ansiogênicos, a frase acima nos faz refletir que são diversas as causas que podem propiciar uma piora na saúde mental da população. O contexto no qual as pessoas estão inseridas possui influência direta nisso. De acordo com Duarte et al. (2020), fatores como insegurança financeira e o desemprego parecem influenciar no adoecimento mental, além da preocupação com a saúde física e o risco iminente de morte.

Outro fator importante é a forma como é realizado o gerenciamento político da crise, visto que gera também efeitos socioeconômicos para a população (Duarte et al., 2020). No caso do Brasil, a maneira como o governo tem lidado com a pandemia é, no mínimo, preocupante, bem como os números provenientes do COVID-19. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o Brasil é o segundo país com maior número de óbitos no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.

"Maior conhecimento sobre as doenças, seus fatores de risco, formas de autocuidado e de profissionais e serviços de saúde capacitados para o tratamento, contribuem para melhores índicas de saúde mental.".

(Duarte et al., 2020, p. 3407)

É neste ponto que o RH pode fazer a diferença. Novas formas de relação foram impostas em decorrência da pandemia, possibilitando a revisão de como funcionávamos anteriormente. Práticas como o home office e estudos à distância tornaram-se necessários em prol da preservação da saúde da população. A necessidade funcionou como catalisadora de mudanças e auxiliou na criação de políticas que ainda estavam engatinhando. No entanto, isto não quer dizer que a pandemia tenha trazido coisas boas ou para observarem o lado bom dessa situação, porque não há. É uma situação desesperadora de crise na qual tivemos que nos adaptar para sobrevivermos.

Neste contexto, a oferta de eventos e cursos online têm crescido. Ainda é um pouco difícil de encontrar bons conteúdos de forma gratuita, por isso, gostaria de mencionar os últimos dois eventos que participei este ano: HR First e RH Web Talks. Ambos online e gratuitos voltados para inovações de Recursos Humanos, trazendo contribuições brilhantes para a área.

P.s.: Ainda é possível acessar o conteúdo desses eventos entrando nos links fornecidos! :)

HR First: RH como protagonista do presente

O evento foi realizado pelo grupo GROU no dia 30/06 e contou com, pelo menos, 15 profissionais envolvidos durante a sua realização. Temas como employee experience, transformações advindas da pandemia e o papel do RH, método OKR e o papel estratégico do time de gente foram abordados focando tendências e inovações na área de Recursos Humanos.

Para mim, o foco deste evento foi nas pessoas. Isto é, práticas e métodos colocando tanto os colaboradores como os clientes como peças centrais e de que forma o RH poderia contribuir para uma melhor experiência de todos.

Para quem se interessar os vídeos estão disponíveis no canal do youtube da GROU!

RH Web Talks: Reprograme o RH para a Saúde Mental

Este foi particularmente meu evento favorito dos últimos tempos. Além de ser um evento gratuito, forneceu espaços de networking, happy hour e englobou temas essenciais para o nosso contexto atual. O evento ocorreu nos dias 07, 08 e 09 de julho e contou com a presença de quase 20 palestrantes, cada dia com um tema diferente.

No primeiro dia o foco era na saúde mental e RH, trazendo conteúdos como neuroliderança, tendências na gestão de pessoas e saúde financeira. No dia 08 os holofotes estavam na diversidade e na inclusão, onde envelhecimento, futuridade negra e saúde da mulher foram colocados em pauta. O último grande tema foi sobre liderar e promover, voltado para gestão.

No site da EventPlay vocês podem acessar os materiais do evento, após um cadastro inicial. É rápido e gratuito.

Plataformas

Maturi - É uma plataforma profissional voltada para pessoas que sejam 50+ de forma a oferecer oportunidades e reintegrar estes profissionais ao mercado de trabalho. Possui diversos cursos voltados para este público e 1.200 empresas cadastradas. Ah! E vai acontecer o Maturi Fest Online agora nos dias 26 a 29 de julho. :)
AfroSaúde - Uma health tech voltada para comunidade negra, que busca valorizar e dar visibilidade aos profissionais negros, bem como aos pacientes que buscam representatividade e atendimento mais qualificado. Na plataforma você pode se cadastrar como profissional ou como paciente. Existem mais de 30 especialidades e em 130 cidades do Brasil!
A Equação - Plataforma de desenvolvimento humana criada pela Flavia Lippi, voltada para neurociência e gestão emocional. É um projeto social, que auxilia pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Precisamos falar mais sobre Saúde Mental e sobre políticas que auxiliem nossos colaboradores, que façam sentido para o contexto deles e não apenas por serem "bonitas".

Como trouxeram na palestra, Miriam Branco e Dr. Dulce Britto, o Hospital Albert Einstein adaptou e criou políticas voltadas para as necessidades dos seus colaboradores nos tempos de pandemia. Um dos maiores motivos de preocupação era com a possibilidade de contágio dos familiares ao retornar para casa. Desta forma, o hospital criou um convênio com um hotel para que os seus colaboradores, se assim o desejassem, pudessem descansar neste local promovendo maior segurança à família e maior tranquilidade aos trabalhadores.

O RH possui um papel fundamental na promoção de saúde mental dos seus colaboradores, principalmente neste momento. É importante mapear as necessidades e fornecer um ambiente seguro de forma que possamos pensar em práticas inclusivas, saudáveis e flexíveis para todos.

Espero que vocês tenham gostado do post de hoje!

Compartilhem ideias, disseminem conhecimento.

Essa é nossa forma de mudar o mundo para melhor.

✨ Referências ✨

AfroSaúde.

< https://afrosaude.com.br/ >

COVID-19 e os impactos na saúde mental: uma amostra do Rio Grande do Sul, Brasil.

Duarte et al., 2020 < https://doi.org/10.1590/1413-81232020259.16472020 >

COVID: Saúde mental piorou para 53% dos brasileiros sob pandemia, aponta pesquisa.

BBC News Brasil, 2021 < https://www.bbc.com/portuguese/geral-56726583 >

Equação.

Flavia Lippi < https://idhl.org.br/aequacao/ >