Psicólogo no hospital
Psicólogo no hospital
Oi polvinhos!
Lembram que eu falei que o post passado seria realizado em duas partes? Pois é, ainda vai ser, maaaas... Preciso fazer uma breve interrupção pra abordar um outro tema, vocês deixam?
Recentemente tive que ir no hospital e queria ressaltar a importância dos psicólogos dentro da equipe multidisciplinar, seja na emergência, na internação ou em qualquer área.
Apesar da psicologia ter aberto espaço para suas práticas nos hospitais a partir dos anos 80, ainda não se tem uma legislação que garanta um psicólogo dentro da equipe. No entanto, de acordo com a Lei nº 77/2003 é obrigatória a presença do psicólogo hospitalar nos serviços de saúde pública e privados.
Segundo o Ministério da Saúde os integrantes mínimos para compor a equipe multidisciplinar são:
I - Médico diarista/rotineiro: 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino e vespertino, com título de especialista em Medicina Intensiva para atuação em UTI Adulto; habilitação em Medicina Intensiva Pediátrica para atuação em UTI Pediátrica; título de especialista em Pediatria com área de atuação em Neonatologia para atuação em UTI Neonatal;
II - Médicos plantonistas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, em cada turno.
III - Enfermeiros assistenciais: no mínimo 01 (um) para cada 08 (oito) leitos ou fração, em cada turno.
IV - Fisioterapeutas: no mínimo 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração, nos turnos matutino, vespertino e noturno, perfazendo um total de 18 horas diárias de atuação;
V - Técnicos de enfermagem: no mínimo 01 (um) para cada 02 (dois) leitos em cada turno, além de 1 (um) técnico de enfermagem por UTI para serviços de apoio assistencial em cada turno;
VI - Auxiliares administrativos: no mínimo 01 (um) exclusivo da unidade;
VII - Funcionários exclusivos para serviço de limpeza da unidade, em cada turno.
Gostaria de compartilhar dois casos pessoais com vocês, os quais escreverei abaixo.
Caso 1: Devido a uma virose precisei ir à emergência tomar soro. Após algumas horas de espera fui atendida pelo médico, o qual me requisitou exames de sangue, como tenho fobia de agulhas perguntei se era mesmo necessário. O cidadão riu e disse que apenas se eu quisesse tratamento, que era "só uma picadinha". Não preciso nem comentar que eu queria que ele engolisse as agulhas depois desse comentário, né?
Caso 2: Meu avô teve baixa na emergência por infarto e ele tem claustrofobia. Nos leitos da emergência as camas tem grades por todos os lados e ele estava extremamente ansioso por sentir-se preso. Apesar de ele ter comentado com os enfermeiros e técnicos, os quais percebiam que ele estava agitado, foi preciso a minha intervenção para que fosse feito algo a respeito. Solicitei que chamassem a psicologia e/ou que receitassem um remédio para acalmá-lo, visto que isso poderia piorar o quadro cardíaco dele.
Acredito que se houvesse um olhar da psicologia em ambos os casos as situações teriam sido abordadas de melhores formas. Importante lembrar que não precisa ser o médico ou a equipe a solicitar a psicologia, a família também pode pedir se julgar necessário!
A psicologia no âmbito hospitalar ajuda a dar uma visão mais ampla do sujeito, como um todo, e valoriza os aspectos emocionais do ser humaninho. Muitas vezes atua como tradutor das falas médicas ou mediador entre o contato da família e paciente com os médicos.
É importante usar uma linguagem que vá ser facilmente entendida pela pessoa que está sendo atendida, evitando deixá-la mais ansiosa, e tratá-la com dignidade e respeito.
"Em algumas situações, o atendimento psicológico pode ser visto como algo desnecessário àqueles usuários que não apresentam comportamentos considerados não prioritários para o atendimento à saúde, ou ser considerado secundário por se tratar de uma demanda subjetiva.".
Ou seja, por vezes os fatores psicológicos serão tratados como menos importantes do que a causa orgânica, física. Vale lembrar que vimos no post passado que nem sempre é assim, não é mesmo? Até porque nosso corpo influencia nossa mente e vice-versa, somos um conjunto que não funciona separado em partes.
No entanto se tiver algumas partes falhando, meio caindo a gente funciona igual... Eu que o diga depois dessa última semana e ainda mais o final do semestre.
Enfim polvinhos, esse post foi mais um desabafo sobre como eu acho importante a presença dos psicólogos em hospitais e sobre como ainda é um assunto tabu, que muitas vezes é deixado de lado!
Se vocês também tem experiências desse tipo e quiserem compartilhar deixem nos comentários! Ou me mandem no privado se quiserem deixar no anônimo.
Precisamos reivindicar pela nossa saúde mental e não só pela física.
P.s.: Desculpem pelo pequeno atraso! No próximo post continuamos com o assunto passado
Espero que vocês tenham gostado!
Vejo vocês no próximo post.
Referências
A psicologia hospitalar e as equipes multidisciplinares - http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582004000100004
Ministério da Saúde - http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0007_24_02_2010.html
Manual de Psicologia Hospitalar, O Mapa da Doença - Alfredo Simonetti
O Trabalho em Equipe Multiprofissional na Saúde -
https://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=plkploewiY0C&oi=fnd&pg=PA33&dq=equipe+multidisciplinar+legisla%C3%A7%C3%A3o+psicologia&ots=7qFdpzTans&sig=Bwgc96j09dXqQvNUwJvZ3wf7yZU#v=onepage&q&f=false
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